Atleta passa mais de 500 dias em caverna; médica Gianna Zaffari Frey comenta experiência e riscos à saúde
Beatriz Flamini impressionou ao participar de um experimento onde ficou cerca de um ano e meio isolada a 70 metros abaixo do solo; Dra. Gianna Zaffari Frey explica os riscos
A atleta espanhola Beatriz Flamini, de 49 anos, surpreendeu ao passar 509 dias isolada em uma caverna no sul da Espanha, sem qualquer contato com o mundo exterior, pessoas ou luz natural. Essa experiência foi parte de um experimento que tinha como objetivo estudar as consequências do isolamento humano na saúde mental e física. Após deixar o local, no dia 14 de abril, Beatriz descreveu a experiência como “excelente e insuperável”. No tempo de isolamento, Flamini só teve contato com livros, luz artificial e câmeras.
Apesar de a atleta ter afirmado estar bem consigo mesmo após voltar ao solo, a médica Gianna Zaffari Frey falou sobre uma série de fatores que a falta do sol pode agravar na saúde. Mesmo que Beatriz tenha tido luz artificial e se alimentado, existem nutrientes que são necessários para a saúde humana, como a vitamina D.
“A falta de exposição solar pode ter impactos negativos na saúde de uma pessoa. A vitamina D é essencial para a absorção de cálcio e fortalecimento dos ossos, e sua deficiência pode levar a problemas sérios, como a osteoporose”, explicou.
“Essa vitamina também desempenha um papel importante na regulação do sistema imunológico, pois, ajuda a prevenir doenças como gripes, resfriados e até mesmo condições autoimunes. Além disso, a exposição moderada ao sol pode ajudar no controle de algumas condições da pele, e a ausência desse contato solar pode piorar esses problemas e resultar em pele seca, inflamada, coceira e acelerar o envelhecimento precoce”, completou.
Ao dar entrevista após sair da caverna, Beatriz Flamini, que é atleta de elite de desportos extremos, confessou ter se sentido irritada quando a equipe chegou para retirá-la de lá. A médica Gianna Zaffari Frey alerta que, apesar da experiência de Beatriz ter sido incrível, não significa que seja seguro ou saudável.
“A história de Beatriz Flamini é um lembrete importante de como a exposição solar moderada é essencial para a saúde humana. Embora sua experiência tenha sido única, a falta de exposição solar por longos períodos de tempo pode ter impactos negativos na saúde óssea, imunológica e mental”, comentou.
“Porém, é importante frisar que, mesmo que o sol proporcione uma vitamina necessária para o corpo humano, a exposição em excesso também é prejudicial. O correto, então, é termos moderação na exposição solar, sem excessos e com proteção solar”, concluiu.