O alimento básico do café da manhã ainda colhe variações provenientes do cenário do comércio exterior e itens como farinha e manteiga elevam a inflação da cesta básica.
O trigo é um dos cereais mais importantes para a alimentação básica do brasileiro. Os biscoitos, macarrão e, principalmente o pão, fazem parte da rotina da maioria das famílias, e esses insumos têm passado por variações de preço, já que se há aumento no preço do dólar, há o aumento do valor das compras no supermercado.
O Brasil ainda depende muito do trigo proveniente do mercado externo, mas essa realidade pode mudar. Sendo uma das maiores potências agrícolas do mundo, finalmente caminha para se tornar autossuficiente com o trigo. Atualmente, das 12 milhões de toneladas desse commodity consumidos no Brasil, mais de 6 milhões são importadas. Dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo mostram que o país é capaz de produzir 1,5 milhão de toneladas a mais neste ano.
Mas o que muda no país com esta independência de importação? Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada na assessoria do comércio exterior, a independência pode deixar os derivados do trigo mais baratos. “Quando falamos de produtos derivados do trigo, como o pão, pensamos em dólar. Com essa independência, podemos ver esse produto com menor impacto na inflação ao longo prazo”, afirma o executivo.
Esse alimento passou por muitas variáveis desde a pandemia e em especial, a Guerra da Ucrânia, que envolveu três dos principais exportadores da commodity, a Ucrânia, Rússia e Belarus, com os volumes comercializados em queda. Com isso os preços dispararam quanto à margem de exportação do Brasil.
Os dados do levantamento de preços mostram que a tradição de comer o famoso “pãozinho”, está cada vez mais cara e pode variar muito entre um estado e outro. Em São Paulo, o Kg chega a custar R$ 22,90, dando quase R$ 2,90 por 90 gramas, em padarias no extremo leste da capital, o preço encontrado do Kg foi de R$ 16,90. Em Manaus esse valor tem uma queda, segundo o presidente da Sindopam, Carlos Azevedo o preço varia entre R$ 5,00 á R$ 14,90 o quilo.
No Sul do Brasil, no Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da secretaria de agricultura e do abastecimento, o preço do quilo do pãozinho varia entre R$15,00 e R$ 18,00 na capital e região metropolitana. Já no nordeste brasileiro, especificamente em Fortaleza, o pão carioquinha varia por volta de R$16 a R$20 e os soteropolitanos pagam em média R$ 18,50 o quilo.
Para quem vai ao mercado semanalmente pode ter percebido que os preços nas prateleiras não estão variando tanto como no início do semestre de 2022, isso se dá pelo trabalho do agronegócio brasileiro, que têm trabalhado contra a dependência total da importação. “Considerando a demanda internacional, se alcançarmos essa suficiência, o Brasil poderá se tornar um país exportador da commodity. Isso representa o maior impacto do agronegócio na balança comercial brasileira”, completa Pizzamiglio.