
Quando se fala em cirurgia plástica, muita gente ainda associa o tema à vaidade ou ao desejo de atender padrões estéticos. Mas, segundo o cirurgião plástico Dr. Josue Montedonio, a realidade é bem mais profunda — e humana. Cirurgias reparadoras têm ganhado cada vez mais espaço como parte de um processo de resgate da autoestima e de reconstrução emocional.
“Não é sobre mudar quem você é, é sobre se reconectar com sua melhor versão”, explica o médico. Ele relata que atende pacientes que carregam marcas emocionais que vão muito além da pele: mulheres que passaram por gestações, pessoas que perderam muito peso, que enfrentaram doenças, cirurgias ou traumas. “Esses corpos contam histórias. E a cirurgia pode ajudar a fechar um ciclo doloroso e abrir outro com mais leveza.”
Para o especialista, a saúde mental e o preparo emocional do paciente são partes fundamentais no processo. Ele reforça que a cirurgia não é mágica e que expectativas irreais podem comprometer os resultados — não só físicos, mas principalmente emocionais.
“A insegurança, nesse caso, é algo positivo. Mostra que a pessoa está refletindo sobre o que realmente quer. Meu papel é escutar, orientar, e lembrar sempre que a cirurgia pode ser um impulso, mas não substitui o autocuidado emocional.”
O pós-operatório também é profundamente influenciado pelo estado emocional do paciente. Quem entende suas motivações e tem clareza do que a cirurgia pode proporcionar tende a encarar a recuperação com mais serenidade.
Mais do que um procedimento estético, a cirurgia reparadora é, muitas vezes, um passo importante na jornada de reconexão com o próprio corpo e com a própria história. Uma abordagem que integra saúde física, bem-estar e equilíbrio psicológico — temas cada vez mais urgentes em uma sociedade que busca qualidade de vida de forma integral.